quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CANGAÇO

"É mió sê cangacêro
E pueta-cantadô
Que sê bispo ou diputado
Ou mesmo govenadô.
Querendo andá no cangaço
Inté sou bom cangacêro.
Que isso de matá gente
É serviço mais manêro...
Se o cabra não tem corage,
Qui mude de profissão.
Vá para o rabo da enxada
Aprantá fava e argudão."
(Cordel Anônimo)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

GABARITO SEGUNDO REINADO

01 - A
11 - A
21 - D
31 - B
41 - E
51 - E
02 - D
12 - E
22 - C
32 - B
42 - D
52 - C
03 - D
13 - E
23 - D
33 - A
43 - D
53 - A
04 - E
14 - C
24 - D
34 - D
44 - A
54 - B
05 - D
15 - D
25 - D
35 - B
45 - B
55 - C
06 - E
16 - E
26 - A
36 - B
46 - D
56 - A
07 - D
17 - D
27 - A
37 - A
47 - C
57 - D
08 - E
18 - A
28 - B
38 - B
48 - B
58 - D
09 - E
19 - C
29 - A
39 - D
49 - B
59 - A
10 - A
20 - B
30 - C
40 - D
50 - C
60 - B


REMODELAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

http://cafehistoria.ning.com/video/video/show?id=1980410%3AVideo%3A116322

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O BRASIL DO SEGUNDO REINADO

    “Paralelamente à vinda de europeus, assistimos, principalmente durante a segunda metade do século xXIX, a migração de costumes. Em todos os aspectos do cotidiano brasileiro procurou-se imprimir a marca europeia. No café da manhã, por exemplo, o pão ‘francês’ substituiu a mandioca cozida, enquanto, no almoço, a cerveja começa a ser registrada, e, na sobremesa, os sorvetes disputam, palmo a palmo, com centenários doces, cujas receitas foram transmitidas de geração a geração nas fazendas açucareiras coloniais. As formas de tratamento também não ficam imunes ... expressões tradicionais,  portuguesas ou resultados da influência africana, como dona, sinhá ou yaya, dão lugar a denominações afrancesadas, tipo mademoiselle ou, mais popularmente, madame. No vestuário, apesar do clima tropical, adotaram-se a lã e o veludo como padrão, em roupas sobrepostas. (...) As cores vivas, (...) também tendem a ser substituídas pela sisuda e puritana cor preta. (...) Nas cidades, os antigos sobrados e casas-grandes dão lugar a chalés ou construções de inspiração neoclássica, enquanto nos jardins substituiem-se as antigas espécies nativas, como maria-sem-vergonha, por exuberantes roseiras, ao fundo acompanhadas não mais por canários-da-terra, mas por seus rivais belgas. Nem mesmo o  submundo da prostituição escapou a esse afã de ser europeu, sendo para tal fim organizado um ‘tráfico’ sistemático de ‘polacas’, russas, austríacas, francesas e italianas; ‘mulheres de má nota’ no dizer da época, que independentemente da nacionalidade, eram cobiçadas por serem brancas.
    (...) As mutações de 1850 tiveram, porém, repercussões não previstas por seus idealizadores. A imigração europeia, e a importação de modas que a acompanhou, tendeu a se concentrar em áreas economicamente mais desenvolvidas. O resultado disso foi o aumento das diferenças culturais entre o norte e o sul do país, assim como entre a cidade e o campo, entre o litoral e o sertão. Era como se a história tivesse sofrido uma ‘aceleração’ nas regiões mais desenvolvidas, enquanto as áreas tradicionais continuassem a reproduzir o modelo de vida herdado do período colonial. (...)”
(In: Del Priore, Mary e P. Venâncio, Renato. O Livro de Ouro da História do Brasil. Ediouro, Rio de Janeiro, 2001.pgs 229-230)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

GABARITOS

GABARITO PERÍODO JOANINO E DE INDEPENDÊNCIA

01 - C
05 - E
09 - C
13 - C
02 - C
06 - E
10 - B
14 - E
03 - C
07 - B
11 - E
15 - C
04 - B
08 - C
12 - D
16 - C



GABARITO PRIMEIRIO REINADO

01 - D
08 - A
15 - B
22 - D
02 - A
09 - C
16 - A
23 - C
03 - C
10 - A
17 - B
24 - C
04 - B
11 - D
18 - C
25 - B
05 - B
12 - D
19 - B
26 - C
06 - D
13 - B
20 - E
27 - E
07 - A
14 - C
21 - C




GABARITO PERÍODO REGENCIAL


01 - E
05 - D
09 - B
13 - B
17 - B
02 - E
06 - E
10 - E
14 - A
18 - E
03 - A
07 - E
11 - E
15 - C
19 - A
04 - D
08 - A
12 - A
16 - A
20 - A


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Período Regencial

Na Regência (1831-40), como vimos, os liberais moderados tomaram medidas no sentido de descentralizar moderadamente o poder. Entre as medidas estão a criação da Guarda Nacional.
" A Guarda Nacional, criada em agosto de 1831,
era produto de uma realidade política e social dominada pela concentração de poder local nas mãos dos grandes senhores de terra. Esse grupo dominante temia as manifestações de descontentamento das camadas baixas da população. (...) A regência (...) voltou-se para os senhores do poder local, municipal, e criou com eles – e, até certo ponto, para eles – uma milícia especial. (...) Seu comandante seria o chefe político local, eleito pelos fazendeiros para a função de coronel, posto mais alto da nova força armada. (...) A exigência de uma renda mínima para integrar suas fileiras excluía dela a população mais pobre. Na realidade, a Guarda Nacional, era um instrumento a serviço do mandonismo local, que com sua criação, já não precisava do Exército para sufocar as rebeliões. (...) Com ela popularizou-se o termo coronel para designar o líder político local.
(...) Além da Guarda Nacional, as elites regionais dispunham de outros instrumentos de poder. Um deles eram as milícias particulares dos fazendeiros, formadas por jagunços, pistoleiros, perseguidos da justiça (...) Essas forças irregulares eram convocadas toda vez que a oligarquia no poder se sentia ameaçada. (...) Ao utilizar a Guarda Nacional para fins particulares, os coronéis do interior tratavam a coisa pública como se fosse privada”. (In: M. P. Teixeira, Francisco. Brasil história e Sociedade. São Paulo, Ática, 2000, p. 182)

Uma outra medida no sentido de descentralização, foi o Código de Processo Criminal, e a criação do cargo de juiz de paz.
Deixo então uma sugestão de leitura: O JUIZ DE PAZ NA ROÇA de Martins Pena, considerado por muitos o pai do teatro de costumes no Brasil. Nesta peça, o autor usa o humor para ironizar os costumes da época (século XIX).

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O RIO DE JANEIRO NO COMEÇO DO SÉCULO XIX

Rio de Janeiro: capital da colônia portuguesa quando a família real foi transferida com toda a sua corte, para por aqui ficar de 1808 a 1821.
Este fato único na história (uma família real se mudar para sua colônia), trouxe transformações estruturais para o Brasil, deixando seus rastros ainda plenamente visíveis. Talvez seja por esse motivo, que o assunto e rendeu um filme (Carlota Joaquina sob a direção de Carla Camurati) e um livro, 1808 do jornalista Laurentino Gomes, ambos voltados para o público leigo, mas sob perspectivas distintas. Enquanto Carla Camurati imprimiu um ar caricato aos personagens, Laurentino Gomes analisa o período como um jornalista que ele é.
Vou postar um trechinho de ambos aqui, começando pela descrição abreviada do cenário encontrado pela família real, a corte, e uma variedade imensa de estrangeiros que aqui chegaram na sequência, da capital do Brasil colônia:
"Observada do mar, enquanto os navios se aproximavam do porto, era uma cidadezinha tranquilha, de aparência bucólica, perfeitamente integrada ao esplendor da natureza que a cercava. De perto, a impressão mudava rapidamente. Os problemas eram a umidade, a sujeira e a falta de bons modos dos moradores.
(...) as ruas, apesar de retas e regulares, são sujas e estreitas (...) "A limpeza da cidade estava toda confiada aos urubus". (...) um estrangeiro que viajou pelo Brasil entre 1819 e 1821, ficou impressionado com o número de ratos que infestavam a cidade e seus arredores (...). Devido a pouca profundidade do lençol freático, a construção de fossas sanitárias era proibida. A urina e as fezes dos moradores, recolhidas durante a noite, eram transportadas de manhã para serem despejadas no mar por escravos (...).
(...) Os hábitos dos moradores não melhoravam em nada esse panorama.
Sob o calor úmido dos trópicos, imperavam a preguiça e a falta de elegância no modo de se vestir e comportar. (...) “As mulheres brasileiras têm, entre outros, o péssimo hábito de escarrar em público, não importando a hora, situação ou lugar”.(...)
(...) O calor associado à falta de higiene gerava problemas colossais na área da saúde. (...) A relação, feita pelo médico Bernardino Antônio Gomes, é espantosa: “Segundo a observação de quase dois anos, que conto de residência no Rio de Janeiro, tenho por moléstia endêmicas desta cidade, sarna, erisipelas, empigens, boubas, morphéa, elefantíase, formigueiro, bicho dos pés, edemas de pernas, hidrocele, sarcocele, lombrigas, ernias, leuchorrea, dysmnorréa, hemorróidas, dispepsia, vários efeitos convulsivos, hepatites e diferentes sortes de febres intermitentes e remitentes”.
(In: Gomes, Laurentino. 1808. São Paul: Editora Planeta do Brasil, 2007.Pgs 157-164)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

GABARITOS

GABARITO A AMÉRICA LATINA

O FINAL DO SÉCULO XIX E O INÍCIO DO SÉCULO XX


01 - A
05 - C
09 - B
13 - A
17 - A
02 - C
06 - A
10 - D
14 - C
18 - A
03 - A
07 - C
11 - D
15 - D
19 - B
04 - E
08 - E
12 - D
16 - E
20 - C



GABARITO A NOVA ORDEM MUNDIAL

01 - B
03 - B
05 - A
07 - D
02 - A
04 - A
06 - C
08 - B


Na aurora do séc. XXI, terror globaliza crise da democracia

01 de agosto de 2011 10h09
Texto
Felipe Schroeder Franke
Edição
Moreno Osório
Quando os aviões se chocaram contra as Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, os terroristas provavelmente não planejavam, com as explosões, fazer desabar o símbolo maior dos Estados Unidos, no coração de Manhattan. Ao mesmo tempo, eles talvez não soubessem que, no primeiro ano do século XXI, estariam consolidando uma nova fase do terrorismo, e, com ela, uma nova etapa da sociedade moderna.
O terrorismo não é um fenômeno novo, nem mesmo unicamente moderno. Suas origens como fenômeno remontam à antiguidade, como mostra o caso da seita dos Sicários, judeus que promoveram séries de assassinatos contra aqueles que consideravam seus inimigos na Terra Santa. Mil anos depois, na Idade Média, os chamados Assassinos faziam parte de uma organização muçulmana xiita que atacava cruzadores cristãos e turcos sunitas.
Mas a série de eventos posterior à ação da Al-Qaeda em solo americano difere inclusive dos seus antecedentes mais recentes. Enquanto o terrorismo moderno - tal como o conhecemos desde a Revolução Francesa até o derradeiro século XX - caracterizou-se por insurgências nacionalistas e resistências de tendência comunista, o terrorismo contemporâneo toma outro caminho. Este "neoterrorismo", como é chamado, assume um caráter essencialmente internacional, inserido no contexto do fim da Guerra Fria, e ruma ao confronto entre aquelas entidades que, no decurso da última década, popularizaram-se na opinião pública mundial como "Islã" e "Ocidente".
Assim, a atual fase do terrorismo "se diferencia das demais, pois, além de um alcance internacional, seus grupos têm um caráter marcadamente internacional. Seus militantes são recrutados em diferentes nações. Suas fontes de financiamento vêm de vários pontos do planeta. Sua atuação não está restrita exclusivamente ao território de seu país", resumem os professores Alexandre Simioni, Arthur Bernardes e Igor Lapsky, do Laboratório de Estudos do Tempo Presente, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A nova fase do terrorismo estoura com o 11 de setembro, que nesse ano completa 10 anos. Mas ela começara mesmo antes, em 1993, no primeiro atentado ao World Trade Center, realizado pela Al-Qaeda. O ódio contra a presença estrangeira em áreas do Oriente Médio e da Ásia vai longe na história. Situação que remonta ao primevo caldeirão civilizatório, há mais de 2 mil anos, na mesma região que hoje é cenário de uma guerra diária entre insurgentes e forças ocidentais.
Esse arcabouço cultural e religioso, em sinergia com a atual configuração econômico-militar mundial, torna o terrorismo contemporâneo um fenômeno de difícil compreensão. "O ato terrorista se caracteriza por um grau ou tipo de violência impossível de ser aceitos no convívio civilizado. Porém, o terrorismo é muito mais um sintoma de mal-estar político, social e cultural instalado na longa duração da história, do que uma ação vinculada a objetivos no presente. O terrorismo é uma patologia com raízes no passado que emerge no presente", defende Héctor Ricardo Leis, professor da pós-graduação em Ciências Humanas e Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A imagem do homem-bomba que se explode em mercados públicos contra civis condensa o desafio que o novo terrorismo coloca ao mundo: uma pessoa disposta a dispor da própria vida, em um ato irracional (pelo menos em termos ocidentais), contra civis inocentes. O poder físico e simbólico de destruição povoa a mente do século XXI e, no mais das vezes, coloca o terrorismo como um evento exterior à democracia ocidental.
Suas origens, no entanto, podem estar mesmo no seio do avanço e do processo histórico. "Ao menos nos Estados Unidos, a maioria das pessoas está tão chocada com o terrorismo - e elas foram levadas pela propaganda do governo a acreditar que o terrorismo é sempre mau e é sempre algo que algum terrorista faz a nós, e não que o governo se empenha em atividades terroristas contra algum país ou grupo - que tem uma resposta emocional a ele, e pensa que é sempre mau", critica o filósofo Angelo Corlett, da Universidade de San Diego.
O choque civilizatório em ebulição neste século XXI põe em xeque o papel do Ocidente, porta-voz universal dos direitos individuais e da racionalidade, em defender os povos das tiranias opressoras e das práticas desumanas. "Há algumas civilizações que desenvolveram uma ideia da liberdade, que têm valor universal, (enquanto que) outras não têm esse valor. Existe juízo moral, sim. O problema é que, hoje, a civilização ocidental é uma civilização envergonhada. Há uma renúncia do juízo", observa o filósofo Denis Rosenfield, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Num momento em que a primazia dos Estados Unidos e da Europa no mundo é posta à prova, o jovem século XXI já assistiu ao nascimento de duas guerras no Oriente: a do Afeganistão, em 2001, e a do Iraque, em 2003. Em ambas, o resultado é similar: a difusão de focos de insurgência - muitas vezes terrorista - e a multiplicação de ataques suicidas contra os invasores e contra a população local "apoiadora" dos estrangeiros, cultivando um terreno de difícil florescimento da tão almejada democracia.
A milhares de quilômetros de Cabul e Bagdá, a última década assistiu também à onda do terror atingir a Europa. Em 2004, terroristas detonaram bombas no metrô de Madri. Em 2005, foi a vez de Londres ter o transporte público explodido por britânicos muçulmanos insatisfeitos com a campanha militar do Reino Unido no Oriente Médio. Nestes dez anos, Moscou também foi palco de pelo menos três grandes ataques, causados pela insatisfação da ocupação russa da Chechênia.
Antes predominantemente local, como as Farc na Colômbia ou o ETA no norte da Espanha e no sul da França, o novo terrorismo é internacional por excelência. Nessa dilatação das fronteiras, perdem-se de vista os próprios limites com os quais as nações podem agir nestas guerras diárias. A democracia, projeto histórico do Iluminismo, vê-se desafiada no seu pretenso universalismo.
A janela histórica aberta com o 11 de setembro de 2001 foi definida um mês depois dos ataques pelo hoje já falecido filósofo francês Jean Baudrillard: "Com os atentados de Nova York e do World Trade Center, nós temos o evento absoluto, a 'mãe' de todos os acontecimentos, o acontecimento puro que concentra todos os eventos que jamais aconteceram". É um novo tipo de terrorismo, para um novo tipo de sociedade, e para uma nova época.
Fonte: WWW.terra.com.br